iPod

Um belo dia eu estava saindo de casa para trabalhar já colocando os fones no ouvido e escolhendo qual playlist escutar no iPod no caminho, quando começo a procurar nos arquivos, artistas...nada, álbuns...nada, playlist...nada, músicas...nada, foi me dando um desespero por dentro, tentando manter a calma, resetei o software, não funcionou...liguei no computador e o iTunes não reconhecia o dispositivo e me avisava que ele precisava ser formatado, eu já estava com lágrimas nos olhos, procurando em todos os forúns uma respostas para o problema sem sucesso, desolada com a possibilidade de perder todas as minhas músicas, eu lembrei do Senuti, programinha bacana que permite copiar as músicas que estão no iPod para o computador(os iPods são bloqueados, você transfere música para dentro dele via iTunes, mas consegue transfirir as músicas de volta para o computador) e ele foi a salvação das minhas músicas, sem nenhuma outra solução eu tive que copiar todas as músicas do iPod para o meu computador e depois tive que formatar o iPod e instalar o software novamente. Acho que todos os meus amigos já conhecem essa história que eu conto como um drama de novela mexicana, mas se tem uma coisa que eu tenho mais xodó que com os meus livros são as minhas músicas, o iPod a gente substitui, mas recuperar músicas que se garimpa ao longo da vida, cada uma com um significado, isso não dá para comprar de novo. Desde então eu nunca mais confiei no meu iPod velho de guerra, como ele já estava com quase 5 anos de uso entendi que ele me avisou que estava abrindo o bico antes que eu perdesse todos os meus arquivos sem possibilidade de recuperá-los. Eu já tinha colocado na cabeça que estava na hora de substituí-lo, mas fui adiando porque também precisava trocar de máquina fotográfica, que também já estava mais pra lá do que pra cá depois de 5 anos de uso. Como o problema da máquina foi resolvido pelos meus pais queridos, resolvi que já estava mais no que na hora de substituir o iPod para desafogar a memória do meu computador e colocar as minhas músicas em ordem novamente. O iPod novo também deu o empurrãozinho que faltava para eu resolver uma pedência que eu tinha por aqui. Desde que cheguei estava colocando na balança se deveria ou não já pedir um cartão de crédito daqui, eu sabia que para ter histórico de crédito canadense demora etc, etc, mas como eu não sabia se eu iria ser efetivada no trabalho, ou quando iria começar o meu curso e quando ele começasse quantas horas por semanas eu iria trabalhar, eu achei melhor esperar um pouco até a situação ficar mais estável e assim fui adiando por nove meses o pedido do tal cartão. Mas um belo dia, depois de muitos anos eu visitei a loja do iTunes e fiquei com coceira nos dedos para poder comprar as músicas por lá ao invés de ficar fazendo download(que eu uso muito, mas fico tão brava quando não acho a música que eu quero ou a qualidade é ruim). O que me impedia de ter as preciosidades da loja era um cartão de crédito canadense. A loja não aceita o cartão se a fatura vai para outro país. Aí eu resolvi pedir o meu, ele chegou ontem e ontem mesmo já comprei 20 dólares de música na loja do iTunes e já percebi que a possibilidade de estrago é enorme, mas hoje quando fui para o trabalho escutando as minhas musiquinhas novas em uma playlist tudo de bom, achei que era uma boa maneira de construir o meu histórico de crédito canadense. As novas aquisições:

Bolo de Aniversário

Esse mês a minha vizinha querida completou mais uma primavera e para a festa surpresa(que foi mesmo surpresa, sem nenhuma suspeita) eu queria preparar um bolo especial de aniversário. Fiquei algumas semanas pensando em qual bolo fazer, a vizinha é louca por limão mas eu não lembrava de nenhum bolo de festa de limão, mas aí comecei a pensar em qual fruta eu poderia usar para substituir o azedinho do limão, pensei em frutas vermelhas, mas foi da minha mãe a idéia de fazer um recheio de damasco(!). Decidimos então fazer um pão-de-ló com recheio de dasmasco com creme e uma cobertura de merengue italiano. Inventamos uma viagem para Québec e fomos as duas para a cozinha fazer o bolo, que ficou tão mas tão lindo e muito gostoso. Não vou falar que ele é super fácil de fazer(né Érika?!) porque ele não é, são muitas etapas a serem feitas e todas devem ser executadas com precisão porque se não desanda e não tem conserto, tem que começar de novo, eu tive que fazer o merengue da cobertura duas vezes até acertar o ponto e o recheio também teve que ser refeito porque na primeira tentativa o damasco talhou o leite, então decidimos fazer um creme básico e uma geléia de damasco. Para chegar com o bolo lindo na festa fizemos assim:

1- Assamos duas receitas de pão-de-ló em assadeiras redondas
2- Fizemos os dois recheios, o creme de ovos e a geléia de damasco
3- Minha mãe com toda a sua paciência tirou as rebarbas dos bolos
4- Molhamos o pão-de-ló com uma mistura de Rum, Grand Marnier e leite
5- Colocamos o recheio
6- Fizemos o merengue e cobrimos o bolo

O bolo fica ainda melhor depois de um dia na geladeira, mas por uma questão de logística o nosso teve que ser feito no mesmo dia, ele ficou umas 3 horas na geladeira, não estava no ponto mas já estava gostoso para ser servido.


- pão-de-ló
6 ovos
6 colheres de sopa de açúcar
6 colheres de sopa de farinha de trigo
1 colher de chá de essência de baunilha
1 pitada de sal

Bata as claras em ponto de neve firme com o sal, junte as gemas, uma a uma, o açúcar e a essência de baunilha. Com um fouet, incorpore, aos poucos, a farinha peneirada. Unte uma assadeira redonda com manteiga e polvilhe com farinha, espalhe a massa e leve ao forno para assar até que a superfície fique dourada.


- crema pasticcera
8 gemas
1 xíc. de açúcar refinado
1/2 xíc. de farinha de trigo
4 xíc. de leite integral
1 colher de chá de essência de baunilha
A casca ralada de 1/2 limão(sem a parte branca)
1 canela em pau

Coloque as gemas e o açúcar numa panela de fundo grosso. Bata as gemas com o açucar até ficarem amarelo-claras e cremosas. Adicione a farinha aos poucos.

Em outra panela, coloque o leite e o pau de canela no fogo e desligue quando estiver quase fervendo.

Adicione aos poucos o leite às gemas batidas e mexa sem parar para não empelotar.

Coloque a casca do limão, a essência de baunilha e leve a panela ao fogo baixo, mexendo sempre. O creme estará pronto quando começar a grudar na colher, retire a casca do limão e descarte.

- Recheio de damasco

1 xícara de água
1 xícara de açúcar
200 gr de damasco picadinho

Numa panela levar todos os ingredientes ao forno médio e deixar ferver até apurar

- merengue italiano

-para calda
3/4 xíc. de açúcar
1/3 xíc. de água
- para as claras em neve
1/3 xíc. de açúcar
4 claras

Preparar a calda colocando em uma panela pequena a água e o açúcar. Misturar e levar ao fogo. Cozinhar até obter a textura de calda em fio. Bater as claras em neve e quando começarem a ficar opacas adicionar o açúcar aos poucos para incorporar bem. Com a batedeira ligada em velocidade baixa despejar a calda fio a fio sobre as claras em neve. Bater até esfriar. Utilizar como cobertura para bolos e tortas.

Emilie-Claire Barlow

Framboesas

Quando eu descobri que aqui no Québec na época de morango as pessoas podiam ir até as fazendas e fazer a própria colheita, fiquei toda empolgada com a perspectiva de poder levar para casa uma cestinha com morangos fresco para fazer uma geléia. O que eu não sabia é que por aqui também tem colheita de framboesas, quando a Lapin-Mère nos avisou que a colheita desse ano já estava aberta e que as framboesas maduras para irem direto à nossa cestinha e que nem precisaríamos ir muito longe, só dar um pulinho em Laval, nós não pensamos duas vezes antes de aceitar. Depois da colheita, com a minha cestinha na mão fui para cozinha fazer a minha geléia, procurei aqui e ali por uma receita que parecesse de confiança e resolvi experimentar uma do site da Martha Stewart, para dar um toque especial na receita coloquei duas folhas de louro dessa receita de geléia de amora e uma fava de baunilha dessa receita de geléia de damasco. A geléia é bastante simples de fazer, o segredo está no ponto, eu deixei a minha cozinhar mais do que deveria e ela ficou muito dura, para acertar o ponto do cozimento é só colocar um bocadinho num pires e esperar dois minutos, a geléia deve ficar durinha, não pode ficar escorrendo pelo pires.

Rasberry Jam

2 1/4 pounds fresh or frozen (partially thawed) raspberries
3 3/4 cups granulated sugar
Juice of 1 small lemon

Place 5 clean 8-ounce jars right side up on a rack in a boiling-water canner. Fill the canner and jars with hot water, about 1 inch above the tops of jars. Boil jars over high heat for 10 minutes. Remove and drain hot sterilized jars one at a time, reserving hot water for processing filled jars. Place jars on a wire rack set over a rimmed baking sheet.

In a large saucepan filled with water, bring to a boil over high heat and reduce to a simmer, add clean lids and lid rings. Simmer for 10 minutes; do not boil, as this may cause problems in sealing jars. Drain lids and rings; set aside.

Combine all ingredients in a medium saucepan and bring to a boil over high heat. Cook, stirring and skimming foam from surface, until mixture reaches 221 degrees on a candy thermometer, 5 to 10 minutes. To test, remove mixture from heat. Pour a small amount of jam on a cold plate and transfer to freezer, for 2 to 3 minutes. If mixture gels, it is ready to fill. If not, return to heat and retest.

Fit a jar with a wide mouth funnel. Ladle jam mixture into jar up to the fill line. Repeat process with remaining jars. Put lids and rings on jars and tighten; do not over-tighten. At this point, jam may be kept refrigerated, up to 1 month.

To store jars at room temperature for up to one year, reheat water in the canner until it reaches at least 180 degrees, within 10 minutes of filling the jars. Place filled jars into the canner one at a time, using a jar lifter that is securely positioned below the neck of the jar. Keep jars upright at all times.

Add more boiling water, if needed, so that water covers jars by at least 1 inch. Increase heat to high and cover. Once water begins boiling, heat jars for 5 minutes. Turn off heat and gently transfer jars to a wire rack set over a rimmed baking sheet and invert, spacing each jar at least 1 inch apart. Avoid placing jars on a cold surface or near a cold draft.

Let jars sit undisturbed until fully cooled, 12 to 24 hours. Do not tighten ring bands on the lids or push down on the center of the flat metal lid until jar has cooled completely.

Once jars have cooled completely, test to make sure each jar is completely sealed. Press down on the middle of the lid with a finger. If lid springs up when finger is released, the jar is unsealed. Store sealed jars in a cool place for up to one year. If any of the jars are unsealed, store in the refrigerator and use within several days. Always refrigerate jam after opening

Para Billie

Nikki Yanofsky

Desde o começo do Festival de Jazz o Show da Nikki Yanofsky está marcado na minha programação. Ontem o show estava na agenda no dia...o que não estava era a chuva torrencial que caiu durante a tarde e com ela juntou a minha preguiça e os livros do Harry Potter que eu não consigo parar de ler, parecia a combinação perfeita para a noite...até uma ligação super empolgada da Ana que estava saindo do show das 21 que tinha acabado de terminar me animou, olhei pela janela, a chuva tinha dado uma trégua, olhei no relógio, 22h18, ainda dá tempo de pegar o show das 23h. E assim eu percebi que só mesmo em Montréal você as 22h18 convence a sua mãe a ir no show com você, passa em casa para trocar de roupa, entra no metrô e ainda chega antes da cantora subir no palco.

Ausência

O blog vai ficar quietinho por uns dias por motivo de força maior, meus pais chegaram ontem por aqui e a dona desse blog vai passar os próximos dias curtindo ter mamãe e papai a dois quarteirões de casa, porque depois de nove meses longe isso é mais do que merecido. Logo fotenhas por aqui.

À tantôt!

All That Jazz

Semana passada um show gratuito do Stevie Wonder abriu o 30º Festival de Jazz de Montreal.
Mesmo debaixo de chuva e no meio de um mar de gente, o que tinha tudo para ser um programão de índio mostrou que Montreal sabe organizar o evento e o show fui um sucesso.



Quando eu coloquei as mãos na programação fiquei com siricutico, queria assistir tudos os shows, não conseguia escolher...alguns eu já estava namorando desde outubro quando comecei a entrar no site do festival para conferir a programação. Um dos show era do pianista cubano Chucho Valdéz mas eu esperei muito para comprar o ingresso e eles se esgotaram. O outro era da Luciana Souza no Club Soda(que fui maravilhoso). Como chorinho fui no show da Emilie-Claire Barlow, que chamou minha atenção com a gravação da música "Lá vem a baiana" no CD "Haven't we met?", o show fui uma feliz surpresa, espetacular, muito talentosa a moça, saí do show com 3 cds(que me deram um trabalho danado para serem convertios em MP3 mas já estão no meu iPod).