terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Açúcar e Canela

Uma das coisas que eu tenho mais dificuldade em me acostumar por aqui é preparar marmita para levar para o trabalh. Eu já tentei várias vezes me organizar mas não consigo. Eu deveria uma vez que qualquer coisa que eu prepare na cozinha de casa vai me custar muito mais barato do que algo que eu compre na rua, sem contar que será infinitamente mais saudável e fresco. Mas cada vez que eu arrumo uma sacolinha com almoço é um tal de potinho pra isso, potinho pra aquilo, as coisas que não se misturam, molhinho da salada, garfo, colher, prato, o suquinho. Fora que depois você tem que lembrar de trazer tudo de volta pra casa. Isso não é desculpa, eu sei, mas para mim é uma dificulade imensa conseguir manter uma rotina de marmitas 5 dias por semana.

Por isso que eu gosto quando começo a trabalhar à tarde, eu almoço em casa e não tenho que levar comida para o jantar porque eu não tenho o hábito de fazer uma refeição muito grande à noite. Então eu levo torradas, frutas, um pedaço de bolo e na hora do intervalo eu como com um chá ou um café com leite.

Essa semana estava com vontade de comer cookies, resolvi fazer a receita do Snickerdoodles, que são cookies muito simples e absolutamente tentadores.

A primeira vez que eu viz esses cookies eu assei por mais tempo que deveria e eles ficaram como uma bolacha, quando na verdade devem ficar macios e fofinhos por dentro. Dessa vez resolvi seguir o tempo indicado na livro a risca, quando coloquei assadeira no forno marquei quinze minutos no relógio. Tirei a assadeira do forno um pouco hesitante, deixei esfriar(esses cookies só chegam no ponto depois de frios) e escolhi o menorzinho para experimentar, e voilà eles ficaram perfeitos, assados no ponto exato e claro deliciosos.


Snickerdoodles

do livro Martha Stewart's Cookies

2 3/4 de farinha de trigo
2 c. de chá de fermento em pó
1/2 c. de chá de sal
200g de manteiga em temperatura ambiente
1 1/2 xíc. + 2 c. de chá de açúcar
2 ovos
2 c. de chá de canela em pó

1. Preaqueça o forno à 180ºC. Numa tigela misture a farinha, o sal e o fermento. Numa outra tigela coloque a manteiga e 1 1/2 de açúcar, bata em velocidade média até a mistura ficar fofa. Adicione os ovos. Aos poucos acrescente a mistura de farinha.

2. Num prato misture 2 c. de chá de açúcar e a canela. Faça bolinhas com a massa, passe na mistura de açúcar e canela e coloque numa assadeira.

3. Asse por 12-15 minutos e deixe esfrirar antes de servir.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Péché Mignon


Eu sou uma pessoa que desenvolve muito facilmente obcessões culinárias. Quando descubro alguma gosto novo que agrada ao meu paladar sou capaz de ficar dependente por semanas até a vontade descobir um novo sabor.

Uma das minhas últimas descobertas foi o grapefruit ou toranja(estranho o nome não? Oi moço, me dá uma dúzia de toranjas por favor?). Ela nunca fez parte da fruteira lá de casa, a primeira vez experimentei uma toranja foi no ano passado e não gostei, ela tem um gostinho amargo no final, que não agradou.

Mas umas semanas atrás minha roommate comprou um monte de toranjas que estavam em promoção no supermecado e colocou na fruteira, todas lindas, enormes e brilhantes. Elas olharam para mim e pronto fiquei com vontade de experimentá-las de novo. Coloquei as toranjas na lista de compras da semana, aproveitando a promoção 4 por $0.99(nada mal).

No café da manhã fiz um grande esforço mental para esquecer a primeira impressão que tive da fruta e confirmando a impermanência das opiniões, adorei! No outro dia pela manhã, resolvi fazer um suco, já que estava um pouco enjoada de tomar Tropicana e queria algo menos industrializado. Viciei no suco também. Na semana seguinte as toranjas continuavam em promoção, aproveitei e comprei uma dúzia, como uma todo dia de manhã. Quando não como faço um suco.

Semana passada chegou na livraria o novo livro do Gordon Ramsay sobre a culinária indiana. Eu dei uma olhada no livro e a receita do Masala Chai chamou a minha atenção. Copiei e na primeira folga que tive na semana testei a receita. Uma delícia, aromático, leve, com gostinho de quero mais no final. Viciei também. Quando tenho tempo faço para o café da manhã, se a manhã é curta preparo o chá e coloque na minha garrafinha térmica para tomar durante do trabalho.

A receita é quase a original do livro, eu adicionei o anis-estrelado para fazer o meu. Duas colheres de sopa de mel podem substituir o açúcar. Uma fava de baunilha ou meia colher de chá de essência de baunilha fazem Chai à la Vanille(eu fiz e fica muito bom também, usei uma fava). Acho que gengibre harmoniza bem com a combinação de especiarias, é o próximo que vou experimentar.

Masala Chai

500 ml de água
200 ml de leite integral ou semi-desnatado
3 cravo-da-índia
1 pau de canela
6 cardamomos
4 grão de pimenta-do-reino
1 anis-estrelado
2 c. de chá de açúcar
1 saquinho de chá preto

Numa panela juntar as especiarias, a água e o leite, leve ao fogo e deixe ferver. Em fogo médio/baixo deixe reduzir por 12-15 minutos. Coloque o chá e o açúcar. Peneire e sirva quente.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Doses Homeopáticas


Sempre me perguntam como eu comecei a cozinhar. Eu adoraria poder dizer que eu passei a minha infância vendo as minhas avós na cozinha fazendo grandes almoços de família e que hoje eu uso os cadernos de receitas que eram delas. A verdade é que eu nunca vi nenhuma das minhas avós na cozinha, minha mãe sempre falou que a mãe dela nunca foi lá uma grande cozinheira.

Minha mãe tem mão santa para fazer bolos, sempre fez bolos elaborados com coberturas, recheios e muitas camadas para os aniversários lá de casa, mas em se tratando dos salgados, vamos dizer que ela é uma cozinheira digamos assim um tanto espertinha, um dia eu cheguei da faculdade com o meu pai, ela tinha feito sopa para o jantar, uma sopa deliciosa, de lamber os beiços, quando nós terminamos de comer ela começou a rir, nem eu nem meu pai entendemos bem o porque, até ela explicar que a sopa maravilhosa que tínhamos acabado de comer tinha um ingrediente especial: os pezinhos da galinha!! Desde então eu e meu pai sempre quisermos saber quais os ingredientes dos pratos preparados por ela, só por via das dúvidas. Mesmo tendo me ensinado o beabá da cozinha, minha mãe não é uma apaixonada por ela e ela até tinha um caderno de receitas que um dia poderia ser meu, mas desde que a gente mudou de apartamento que eu não sei mais dele.

Mas quem me fez mesmo começar a cozinhar foi o limão, ou melhor, a ausência dele.

Um pouco antes de me formar na faculdade eu comecei um tratamento homeopático com uma médica bem senhorinha já e com nome de vovó, Dra. Carolina. Logo na primeira consulta uma lista relativamente extensa de alimentos que eu deveria evitar. Muito deles já não faziam parte do cardápio habitual lá de casa, mas quando ela colocou na lista limão e todos os cítricos e tomate, aí complicou. Gente ficar sem molho de tomate e não poder temperar a salada...voltei para casa pensando como tirar essas coisas tão básicas da alimentação diária. Durante no primeiro mês eu fui bastante disciplinada e comecei a pesquisar receitas com ingredientes que eu pudesse comer. Comecei fazendo sopas, a minha preferida era a de abóbora japonesa, com cenoura e batata doce. Logo estava me aventurando com receitas mais elaboradas, mas sempre encontrava algum prato apetitoso que tinha vontade de fazer e não podia. Consegui seguir a risca a lista as recomendação da Dra. Carolina e fui toda orgulhosa para a consulta de retorno um mês depois crente que ela iria liberar algumas coisas, principalmente o limão e o tomate. Já estava pensado nas delícias que iria fazer depois da consulta, poderia finalmente fazer todas as receitas da culinária árabe que eu tinha copiado no meu caderno.

Mas como a Dra. Carolina era mais para a uma vovó Herta do que para uma bondosa vovó como Dona Benta a restrição continuou e ela deixou bem claro que seria por tempo indeterminado. Saí do consultório e joguei claro a lista para o espaço. Cozinhar sem limão não dá, afinal sem ele como refrescar a vida?

domingo, 14 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Bacalhau com Natas




Já faz um tempo que eu estava procurando bacalhau por aqui, nunca achava postas só o peixe inteiro, até que resolvi perguntar na peixaria(que é de um português) se eles sabiam onde eu poderia encontrar bacalhau em postas, a resposta veio melhor do que eu esperava, ali mesmo eles tinham o peixe que eu tanto queria.

O bacalhau aqui vem da Nova Scotia e custa bem mais barato do que no Brasil, o quilo sai por aproximadamente CAN$ 15.00. Comprei um pacotinho de 480g e resolvi experimentar a receita de "Bacalhau com Natas".

Fuxicando na internet achei uma receita que me pareceu bastante confiável no Tasca da Elvira, blog escrito por uma portuguesa de Açores que também escreve o Elvira's Bistrot. Achei também esse post sobre "Bacalhau com Natas" muito interresante, com uma pincelada sobre a história de Portugal.

Para acompanhar o bacalhau fiz uma "Salada de Pêras com Parmesão, receita da maravilhosa revista portuguesa Blue Cooking que eu descobri muito por acaso na Satélite, numa das minhas idas à São Sebastião.

A salada é feita assim, em forno preaquecido a 180ºC asse as pêras cortadas ao meio até ficarem macias(uma pêra por pessoa), no prato de serviço coloque um punhado de rúcula, as duas metades de pêra e polvilhe com lascas de parmesão. Na hora de servir, regue com vinagrete feito com azeite e suco de limão, na proporção de 3 partes de azeite para uma parte de suco de limão, sal e pimenta-do-reino moída na hora e um punhado de sementes de mostarda.

Para sobremesa fiz Pudim de Leite Condensado, receita do Panelinha. Pra quem não tem leite condensado à mão, a versão francesa, Crème Caramel é bastante semelhante, eu não tinha a quantidade suficiente de ovos para fazer a receita então ataquei as duas últimas latas de leite condensado que eu tinha na despensa.



Vai lá:
Poissonerie Antoine
5020, Avenue du Parc (c/ St-Joseph)
(514) 278.8749

Bacalhau com Natas

500 ml de leite
600g de bacalhau em postas dessalgado
200 ml de creme de leite
3 dentes de alho
1 folha de louro
800g de batata cortadas em cubos
2 cebolas cortadas em rodelas
100 ml de azeite
40g de manteiga
50g de farinha de trigo
noz-moscada
sal e pimenta-do-reino

Numa panela coloque o leite, o alho, a folha de louro e o bacalhau. Leve ao fogo até levantar fervura, retire do fogo, tampe a panela e reserve.

Frite os cubos de batata em um pouco de óleo e reserve. Limpe as postas de bacalhau retirando a pele e os espinhos. Peneire o leite e reserve.

Refogue a cebola no azeite, acrescente as batatas e o bacalhau desfiado. Acerte o sal se necessário e tempere com pimenta-do-reino. Preaqueça o forno a 220ºC.

Numa penela derreta a manteiga, acrescente a farinha e misture bem, acrescente o leite aos poucos, coloque uma pitada de noz-moscada e deixe o molho engrossar mexendo sempre para não empelotar. Retire do fogo e acrescente o creme de leite.

Coloque o bacalhau num refratário e cubra com o molho béchamel. Leve ao forno até ficar dourado.

Crème Caramel
do livro "Cooking French"

100g de açúcar
650 ml de leite
1 fava de baunilha
125g de açúcar
3 ovos batidos
3 gemas

Para fazer o caramelo coloque 100g de açúcar numa panela e leve ao fogo médio até o açúcar dissolver, retire do fogo e adicione 2 c. de sopa de água. Coloque numa fôrma de pudim.

Preaqueça o forno à 180ºC. Coloque o leite e a fava de baunilha numa panela e leve ao fogo até ferver. Numa tigela misture os ovos, as gemas e o açúcar, adicione o leite(passe por uma peneira). Misture bem. coloque na fôrma. Asse em banho-maria por 35-40 minutos até o pudim ficar firme ao toque. Retire do forno e deixe esfriar, leva à geladeira por 2 horas e desenforme na hora de servir.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Você tem Fome de Que?

As refeições dessa semana:

Terça-Feira e Quarta-Feira


A foto vale mais que mil palavras, essa torta é divina.


Torta de Frango
do livro "Brésil - La Cuisine de ma mère"

- para massa:
50g de manteiga em temperatura ambiente
2 c. de sopa de óleo de canola
200g de farinha de trigo
2 ovos
1 c. de café de sal
1 c. de sopa de fermento em pó

- para recheio:
350g de peito de frango
30g de manteiga
100 ml de leite
1 c. de sopa rasa de farinha de trigo
1 ovo batido
1/2 cubo de caldo de frango
220g de palmito
10 azeitonas verdes
sal e pimenta-do-reino

1. Numa tigela, misturar bem a manteiga e o óleo. Adicionar aos poucos a farinha, o sal e o fermento. Adicionar os ovos, um a um e misturar com os dedos até obter uma massa homogênea. Deixe descansar por 30 minutos.

2. Numa frigideira, grelhe com filés de frango em 15g de manteiga até ficarem dourados. Retire do fogo e desfie.

3. Numa panela refogue a cebola em 15g de manteiga, acrescente o cubo de caldo de frango dissolvido em 100 ml de água. Adicione o leite e a farinha e mexa com uma colher de pau. Deixe cozinhar em fogo baixo até engrossar. Acrescente o ovo e deixe cozinhar por mais 2 minutos. Incorpore o frango desfiado. Retire do fogo, acrescente as azeitonas e o palmito. Acerte o sal e a pimenta se necessário.

3. Preaqueça o forna à 210ºC. Abra a massa e coloque numa assadeira redonda de aproximadamente 26 cm untada com manteiga. Coloque o recheio e leve ao fogo por 40 minutos.

- eu acrescentei meia lata de milho-verde no recheio da minha torta.

Quinta-Feira

Antipasto ou Panache, para os íntimos, é uma ótima maneira de fazer um jantar rápido e saudável. Eu faço de acordo com os legumes que eu tenho na geladeira, o trio completo é composto de beringela, abobrinha e pimentão. Champignons e cebola roxa fazem uma boa variação.

Para não falar que é "super fácil de fazer" porque todo mundo tira uma com a minha cara, o preparo do Antipasto é bastante simples, os legumes devem ser cortados em fatias finas na sentido do comprimento, depois devem ser grelhados numa frigideira anti-aderente preaquecida em fogo alto. Depois de grelhar todas as fatias é só temperá-las como uma salada com azeite, sal e pimenta-do-reino moída na hora. Eu fiz também uma salada de mussarela de búfala com tomate e molho pesto e comi uma uma baguete.

Perfeito para a fome pós aula da yoga.

Eu tirei foto do meu Antipasto, mas ela não ficou boa, aqui no La Cucinetta a foto é linda e a Ana Elisa explica como ela faz o dela.

Sexta-Feira

Estava namorando essa receita desde que comprei o livro "Good Food for All"(a foto dá água na boca), como só usei metade do frango que comprei para fazer a torta de frango da terça, resolvi usar a outra metade para fazer os hambúrgeres, como eu fiz também as abobrinhas gratinadas, eu não preparei a coalhada. Achei a receita uma ótima opção ao hambúrger de carne vermelha, já que o frango orgânico custa um tantinho mais barato que a carne orgânica.

As abobrinhas gratinadas são deliciosas, a textura é um pouco parecida a de um suflê, é bem levinho e um ótimo acompanhamento.

Hambúrger de Frango com Coalhada de Hortelã
do livro "Good Food for All"

1 kg de frango moído
1 cebola pequena picada
3 dentes de alho picados
um punhado de salsinha +cebolinha picada
2 ovos
1/3 a 1/2 xíc. de farinha de rosca
sal e pimenta-d0-reino
2 colheres de za'atar
1 xíc. de coalhada seca
1/4 xíc de hortelã picada
suco de 1/2 limão

Numa tigela misturar o frango, cebola, alho, salsinha, ovos, 1/3 da farinha de rosca e o za'atar. Tempere com sal e pimenta-do-reino e misture tudo com as mãos até formar uma mistura homogênea. Modele os hambúrgeres e grelhe numa frigideira anti-aderente.

Tempere a coalhada com sal e pimenta-do-reino, misture o suco de limão e o hortelã.

Sirva em pão de hambúrguer com salada.


A receita para fazer coalhada seca está aqui.

Abobrinha Assada
do livro "Good Food for All"

2 c. de sopa de azeite
1 abobrinha grande
3 xíc. de mussarela ou cheddar ralado
2 c. de chá de fermento
1 c. de chá de sal
1/2 c. de chá de pimenta-do-reino moída
3 c. de sopa de farinha de trigo
1/2 xíc. de leite
4 ovos

Preaqueça o forno à 180ºC. Unte um refratário com azeite. Rale a abobrinha e coloque no refratário, espalhe o queijo ralado. Numa tigela misture o fermento, sal, pimenta-d0-reino e farinha, adicione os ovos e o leite. Espalhe sobre as abobrinhas. Asse por 35 minutos até ficar dourado. Deixe esfriar um pouco e sirva a seguir.